dezembro; guardo em mim aquela sensação como se fosse hoje: o ano que minha memória não deixou pra trás. eu e minhas ridículas sentimentalidades, exatamente tudo aquilo o que ele temia. joguei na cara mas foi em mim que doeu - continua doendo - e desde então não romanceio mais nada, foi o que ele me disse, eu&você e a mágoa que não deixa Deus dormir. o início foi tão down, doses cavalares, um coquetel de gin com as minhas lágrimas e por um segundo pensei que se eu dissesse a coisa certa ele seria menos hostil. até que foi, mas apenas por 8 meses. o cheiro do corpo dele persistiu no meu por dias, não quis tomar banho. inútil, está bem, a vida deve voltar pra sua regularidade mesmo. então como ritual habitual chorei todo aquele silêncio que me consumia. e é indivisível, eu sei, mas talvez a razão seja apenas essa: ele ainda não aprendeu a ser uma pessoa sozinha, estou aprendendo por ele.
grifos em itálico do amigo cuiabano, Helio Flanders.
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