o dia começa não querendo ser apenas um e nós sequer levantamos da cama. o sol nasce especialmente para despertar os nossos corpos e eu, muito sonolenta, estico o meu braço esquerdo em direção a janela e deixo um feixe de luz entrar. o olho como uma mãe olha o seu filho dormir. é assim que gosto de tê-lo: desprotegido e encolhido em meu ventre. ele acorda e se desfaz de sua pose fetal, me diz bom dia e beija a ternura dos meus dedos. eu só sei pensar em amor. sorrio suavemente pensando na acentuação da minha felicidade e o agarro com as duas pernas. o contorno do meu corpo sobre ele. o meu corpo ainda para ele. todos os meus dias poderiam ser assim - se eu realmente quisesse, seriam... eu só sei falar de amor e está tudo ainda tão preso dentro de mim.
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