a
verdade é que eu já sabia de tudo. o tapa na cara, eu já sentia minha
pele arder alguns dias antes. mas como de costume, tapei os olhos e
joguei o corpo. esperei pelas palavras tão confusas que vezenquando
saltam das bocas, mas o que veio foi o inaudível. não pude captar de
primeira. então comecei a roer as unhas, a balançar as pernas, a torcer
guardanapos. that's me, babe. e mesmo assim nenhuma mensagem. tudo isso
já era bem óbvio, quer dizer, o suficiente. mas eu, com a minha mania de
significados e prolongações, queria espremer tudo, chupar o bagaço, ver
o oco. pisciana confusa, me disseram em voz alta. pisciana
neurótica, eu disse em voz baixa a mim mesma. apaguei um por um, como o
de costume, aí corri sem deixar nenhum sinal. tive uma emoção como
todas as outras e só.
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