o dia nasceu nublado, não vejo motivos para sair da cama. o que vejo não interessa a ninguém. nem a mim mesma. então poupo cada esforço. me sinto fraca e desalmada. pra ser sincera, me sinto assim desde que você decidiu sair pela minha porta pra nunca mais voltar. tou na fossa. e é indivisível, eu sei, mas o que eu faço com isso que me sobrou? é nisso que fico pensando o dia inteiro, e também nas inutilidades dessa vida como café descafeinado, coca zero, chocolate light. whatever. qualquer coisa que ocupe o meu tempo. se ao menos você pudesse me olhar nos olhos pra me dizer com toda a coerência como nós chegamos a esse ponto, talvez eu superaria mais rápido o processo. sei lá. eu só quero que você fique sabendo que eu me perguntei mil vezes e ainda não consegui uma resposta completa. minha cabeça lateja pelas noites mal dormidas que tenho gastado com o meu mais novo discurso de fracasso, então eu te peço com decência, não comece outra vez. não me venha com aquela de que cada tristeza é recompensada com uma felicidade, você bem sabe que a vida não é tão justa assim. não me ache insuportavelmente pretensiosa dizendo essa coisas, é que às vezes eu não sei por onde. culpa do sangue barato que corre em minhas veias - e que me faz tentar te amar dessa forma tão vadia e humana.
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